quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ninguém merece!

Hoje, ao sair de casa às 7 da matina, pensei que me ia caindo o nariz antes de chegar ao carro... 5 ºC e o ar condicionado ligado nos 27 ºC. Parece-me bem, eu passava assim o ano inteiro se pudesse.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ui, milagre!

Às vezes pergunto-me como é que ainda tenho 15 seguidores. Já tive 16, vá, um não resistiu à doença. Obviamente que a minha vida tem sido tão intensa que não tenho tempo nem pachorra para rondar estas bandas. Aliás, costumo visitar os blogues de sempre, quase diariamente, e não é que no outro dia me lembrei: Eh pá, o que será feito daquele blog fantástico com nome conas e textos entediantes?! Será que já o denunciaram e foi por água abaixo?, e pronto, lá tirei o pó às visitas, fiz o log in e percebi que ainda é vivo o moço.
De maneiras que é isto. Hoje tirei-me dos meus cuidados e cá vim. Novidades a registar... Ando a aprender a cozinhar melhor qualquer coisa - circunstâncias do ofício. Andei uma semana com uma tosse de cão que não queria passar, mas ao que parece ainda não foi desta. Oh pá, chiça. Vida desinteressante. Ainda fui ao hospital, só para ser auscultada por um médico (quase estagiário) que se aproveitou largamente da minha tosse excessiva para fazer uma observação afincada. Ok, exagero, mas acredito que se tivesse uma micose no terceiro dedo do pé, só com o estetoscópio ele chegava lá. Enfim. Já estava a trepar paredes nesta altura, de maneiras que não fiquei com boa impressão do rapaz.
Ah, acho que estou (sim, estou de certeza!) com uns quilos a mais, deixei de entrar numas calças que me custaram os olhos da cara. Pois. Cenas que acontecem. Parece que casei! Ahahah, que piada. Não, mas quase. É, estou uma maluca. Qualquer dia "divorcio-me" outra vez, mas isso já é outra conversa. Pra já, pra já (como dizia um apresentador, do qual não me lembro o nome neste momento), as coisas rolam.

E acho que por hoje até está bonzinho. Vou aparecendo mais vezes, senão qualquer dia estou a escrever "há-des" e "fizes-te" pela falta de treino. Cruzes, canhoto, abrenúncio!

domingo, 25 de julho de 2010

domingo, 18 de julho de 2010

Lazy-Sunday-Thought # 5




VLC plays: Florence and The Machine - You've got the love

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Pseudo-Lazy-Sunday-Thought. Hoje podia ser Domingo.

Mas não é.
E também não pode ser dia de preguiça.
Há exames à porta.
Mas... Há tempo para parar e perceber se se ouve alguma coisa...
Só desta vez.
Porque há dias em que é inevitável.



VLC plays: Skye - Love Show

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Muralha.

Sinto-me uma criança medrosa, que tanto quis ir ao mar e depois nem molhar os pés conseguiu.

Hoje senti que tenho feridas que não sararam com a minha capa impermeável. Por incrível que pareça, comparo olhares, situações e palavras que não têm a mesma família nem a mesma cor de olhos, mas o medo do previsível está lá. Onde é que eu já vi isto?

Às tantas tenho medo é de mim.

VLC playsMolly Johnson Melody

domingo, 27 de junho de 2010

domingo, 13 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

21.

Depois de ter passado o melhor aniversário desde que me lembro (nota: eu tenho boa memória!), sinto com mais nitidez a afeição, passo do ouvir ao escutar e já consigo ver em vez do vulgo olhar. Nem de todos os momentos se fazem a memória, mas aqueles que ficam são, sem dúvida, para nos ensinar alguma coisa. Da melhor ou da pior maneira.
Há coisas que só percebemos passado algum tempo do dia em que as vivemos... Hoje compreendo que isso acontece porque não entendemos bem o sinal, ou porque simplesmente ainda não estamos preparados para aceitar a realidade dos factos. Eu já tinha passado a primeira hipótese há algum tempo e sabia que ainda não queria virar a página para a segunda.
Muitos foram (e às vezes, são) os dias em que pensei já ter trocado de vida. Mas depois percebi que mudar a disposição do quarto não é suficiente para deixarmos de sentir aquilo que não queremos. É preciso muito mais do que isso. É preciso cair, sim, é preciso cair muitas vezes, mas também de todas essas vezes sentir um alívio maior e acreditar que aquilo é humanamente normal. É importante olhar e ver as coisas acontecerem com naturalidade, tanto os deslizes como os dias de maior força, mas mais importante que isso, é preciso participar activamente na vida. Não deixar passar os dias sem lhes tocar e dizer olá, não vitimizar ainda mais o corpo e a mente com aquilo que já é óbvio para todos.

Às vezes precisamos de um abanão - ou de muitos! - por pessoas que nos querem bem. Aquelas pessoas que compreendem e nos querem fazer compreender a realidade e se esforçam, lutam, ralham, gritam, mas também acarinham, estão ali e estão e estão... É preciso as pessoas certas à nossa volta. Isso é certo.

Também já sabia que, para além dos amigos, dependia muito de mim a passagem para a segunda etapa.

O que é novo para mim e que estou a (gostar de) descobrir é a maneira como podemos mostrar inocentemente aquilo que somos a outra pessoa que também mostra a sua inocência. Sem complicações, sem mais para além de. É simplesmente do que preciso neste momento, perceber que as segundas intenções só o são quando realmente queremos. E a minha vida nadou em segundas intenções disfarçadas (ou não, eu não sou estúpida.), que acabaram por se revelar uma vontade desmedida de nada que valesse a pena.

Foi isso que vi em muitos percalços que tive até hoje. Não quero que o meu futuro se baseie no meu passado, quero antes aprender com o que me marcou e ter consciência do que fiz ou não fiz que possa ter complicado o sentido das coisas.

Neste momento é só isto. Apesar da inocência e pureza que me transmites serem deliciosas.

VLC plays: Paramore - The Only Exception

domingo, 6 de junho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Só assim uma pequena...

... nota!

Eu não sou estúpida. Nunca fui. Mas às vezes gostava de ser. A sério.

ADENDA: Mentira, não, não gostava. O que eu gostava era de confiar menos nas pessoas! Funny, isn't it? :)
 
VLC plays: Mutya Buena - Real Girl

domingo, 30 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Meio metro de chocolate.

Como se os dados de repente tivessem virado berlindes e não parassem de rolar, arrasando com a lógica do jogo que até ali fazia sentido. Como se no último segundo tivesse perdido o comboio da viagem ao olhar de quem foi e não deixou mapa. Como se a sombra deste penoso corpo morresse no chão cheio de sol e brilho e alegria das outras almas, maravilhadas com os primeiros dias quentes e cheirosos de maresia. Como se as nuvens negras pertencessem só a este mundo de fantasia onde só está quem quer ser cego. Como se já tudo fosse longínquo, inalcançável, poderosamente esquecido, mas ao mesmo tempo tão presente, tão igual, tão vivo que se sente o roço na pele. Como se as palavras caladas na garganta virassem gritos no peito, incontroláveis de... sei lá. De qualquer coisa que sabe mal, que é amargo, corrosivo. Só para tentar contrariar o doce que ainda trazem à boca quando alguém lhes abre a porta.

O brilho no olhar, a cabeça despida de mundos e fundos, os porquês deixados na gaveta das meias. Ou então ir buscá-los e responder simplesmente... porque sim.

VLC plays: Papas da Língua - Vem pra cá

domingo, 16 de maio de 2010

Renascer.

Matamos pequenos pedaços de vida que dançam dentro de nós. Deixamos que as palavras passem do peito para boca, em vez de visitarem primeiro a mioleira. São escassos segundos em que ficamos desatentos, quando baixamos a guarda e de repente, sem contar, apanha-nos uma seta sorrateira, egoísta, silenciosa. São tempos em que fingimos ter o poder imortal de um escudo protector, que na realidade é feito de folhas e ramos que caem com a doçura de uma brisa marítima. São dias que podem tirar-nos uma lasca tão difícil de colar que preferimos pensar que nunca existiu. Que sempre assim foi, que nunca a marginal teve o significado que naquela noite lhe demos. Que nunca o sol se levantou para nos ver nem nós corremos para o ver deitar-se.

Mataste pequenos pedaços de vida que dançavam dentro de mim. Quebraste a música dos meus ouvidos ao tornares silêncio aquilo que (não) sentias. E eu quebrei a voz porcelânica que dizia amar-te.


VLC plays: Pearl Jam - Don't breathe

domingo, 25 de abril de 2010

Fucking sunday.

E quando se pensa que a chuva já parou de cair e que o vento ficou a dormir, voltamos o  queixo para baixo e molham-se os olhos de novo. Nós, sem força para os contrariar. Não mais. É aí que quebramos, é quando damos conta do que está realmente debaixo dos escombros que têm sido os dias. Ora morango amargo, ora chocolate calórico. Coisas que podiam ter um sabor diferente, mas que por aquilo que sabemos, por aquilo que sentimos, perde um pouco o brilho. Há sempre um mas, um e se, uma parede mais forte que se levanta entre nós e a paz. Espera-se que a porta se abra, uma qualquer, uma que dê para um sítio certo, que não seja preciso pôr a medo o pé no novo chão antes de avançar para ver se é seguro. E deixar a trouxa enterrada no passado.
Porque essa é a única coisa que cabe a mim fazer e nem isso consegui.

VLC plays: Os Azeitonas - Anda comigo ver os aviões

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Como eu gostava que alguém me dissesse isto.

The shadow of the day will embrace the world in grey
And the sun will set for you

E muitas coisas mais. Se eu mandasse, a cobardia virava pecado capital.

(Sometimes goodbye's the only way)


VLC plays: Linkin Park - Shadow of the day

terça-feira, 6 de abril de 2010

Hoje.

Um dia vou sorrir, rir desalmadamente, rir de mim e dos outros, rir de coisas parvas e sem nexo, rir só por rir... Rir para conter.
Um dia vou correr contra o vento só para provar que sou mais forte, vou correr sem parar nos sítios de sempre, vou correr e não olhar para trás. Correr e não saber para onde vou, mas saber para onde não vou.
Um dia vou dormir à janela, vou sonhar com o frio lá fora, vou sonhar com o frio dentro.
Um dia vou escrever memórias, apagar memórias, crescer.
Um dia vou colar papéis nas paredes do quarto para me lembrar de esquecer.

Hoje é esse o dia.


VLC plays: Smashing Pumpkins - Tonight tonight

sábado, 3 de abril de 2010

Autch!

O meu pai encontrou um isqueiro no banco do condutor do meu carro. Senti as bochechas como um pimento a ser queimado nas brasas numa tarde de Verão português com direito a incêndios em tudo o que é lado! Escaldou, e de que maneira! Espero que tenha acreditado quando disse que era de uma amiga qualquer, aquelas malucas, sempre a esquecerem-se de coisas no meu carro, ai que cabecinhas... Traduzido foi um SOCORRO! HAJA ALGUMA ARAGEM QUE ME REFRESQUE AS BOCHECHAS!! É certinho, mesmo que esteja a dizer a verdade, big tomato no seu melhor. Ele até que consegue ser inocentezinho às vezes. Ou então faz-se. Pois, acho que é isso. E também não deve ter dado importância ao facto de ser 1 de Abril. Era muita coincidência, nah, demasiada coincidência. Cof cof...


VLC plays: Muse Resistance

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Maldita a hora em que me lembrei da palavra "imbecil".

Às vezes quero escrever e sinto os dedos tolhidos. Sinto que quero extravasar o que estou a pensar naquele momento e leio o que já aqui escrevi desde o primeiro dia... e não, não fica bem. De que vou falar? Não há assunto. Será isto a minha vida agora? Nem sequer ter um assunto pelo qual valha a pena escrever?! Pfff. Imbecil. Estou bem, gosto do solinho pouquinho que tem espreitado nas nuvens, continuo a adiar trabalho que já devia estar feito (o costume)... Acho que estou com medo. Sim, é isso. E por isso é que vim aqui escrever. Se estivesse realmente feliz, é pá, não, não viria aqui, porque infelizmente preciso de angústia para sentir necessidade de escrever. Que pobreza, não saber escrever a felicidade. Pfff. Imbecil. Mas ter medo não é bem angústia, é mais... Imbecilidade. Sim, é isso. Não que eu seja imbecil ao ponto de admitir que fraco é quem tem medo. Não, até porque eu tenho medo do escuro e não me considero mais fraca por isso. Até é giro. Às vezes, vá. Imbecil por ter medo daquilo que já não me pode fazer mal. Imbecil porque tenho medo de sobrepor novamente a emoção à realidade. Penso demais e isso gasta-me energias positivas. Damn it. Imbecil porque estou neste momento a considerar-me imbecil por ter medo de um imbecil que nem merece o tempo em que o chamo de imbecil, quanto mais o tempo em que tenho medo. De olhar para trás e querer voltar à estaca zero. Pfff. Imbecis.

VLC plays: Massive Attack feat. Martina Topley Bird - Paradise Circus

quinta-feira, 1 de abril de 2010

11 graus de muito frio.

explode no teu coração um amor-perfeito, será doce o seu pólen na corola de um beijo, não tenhas medo, hão-de pedir-to quando chegar a primavera

M.R. Pedreira


Há muito tempo que não me sentia bem sozinha. De repente olho para o lado e já não vejo o telemóvel, onde é que ele anda?, nem parece coisa minha, deixar o bicho por sua conta. Esta coisa de estar à espera de alguém tem piada até quando se experimenta o outro lado, o não estar à espera. A princípio, estranha-se, é duro até, parece que já não tem piada cozinhar ou ver o pôr-do-sol, mas depois é como diz o outro, entranha-se. Há uma arrogância mesquinha, crescente, ainda que pequenina, modesta, mas é aquela força, nariz empinado talvez, de quem se está nas tintas nos momentos mais dados à (custa-me escrever esta coisa) solidão... mas qual solidão?!, é quando passamos um dia ou uma tarde apenas na nossa companhia e pensamos demais?! É isso?? Isso não é solidão, porque passadas poucas horas já estamos rodeados de família e amigos e cãezinhos e gatinhos e coisas que nos fazem sorrir, tipo um pôr-do-sol, ainda que timidamente, porque eu não sou de ferro e também tenho memórias que às vezes deviam morrer para nunca mais acordarem, mas não sou eu que mando. Ou até sou. Agora sou.

VLC plays: Muse - Supermassive Black Hole

quinta-feira, 25 de março de 2010

Às vezes.

Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.
E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordeiramente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
Às vezes, é preciso partir antes do tempo, dizer: aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um Deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.
Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor.
Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo a baixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda-fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.
Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio, paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.
Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer.

Margarida Rebelo Pinto 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estúpido jardim.

Nunca mais voltam as cores quentes. Os vestidos bonitos, os chinelos numa mão, o gelado na outra, a areia sob os pés. Os baloiços, os bancos de jardim... Onde me sentei sozinha, naquele entardecer escuro e molhado, frio, ríspido e sem sentido. Não conseguia sentir mais do que a ganga ensopada com gotas esquecidas pelo vento no banco daquele jardim que de jardim nada tinha, só bancos e erva a tentarem ser bonitos no meio de uma cidade apressada e poluída. Quase preferi correr para a estrada vizinha, fazer parar os carros, perguntar as horas em jeito de cumprimento e tentar depois perceber o porquê de não olharem com olhos de ver para as suas vidas, fazer com que não deixassem que a vida se transformasse num pesadelo verdadeiro. Mas não, fiquei quieta, tremente com aquela temperatura, não com a do ar, mas com a minha, a que tinha ficado abaixo da garganta quando perdi a voz de tanto gritar o que não sentia. Mais uma vez, tinha perdido as estribeiras, o juízo, a racionalidade, a força, a vontade... Mais uma vez, desejei não estar ali, fugi, chorei sem pudor em frente de gente, gente que voltava para casa, gente que comprava pão, gente que passeava o animal. Corri para aquele jardim, no meio de estradas encruzilhadas, que de jardim nada tinha. Só queria lembrar-me do amor que já sentira, daquilo que já fora e que eu (?) tinha transformado em pesadelo. Não conseguia pensar, não conseguia andar em linha recta, as lágrimas turvavam-me a raiva que sentia, senti-me pequena, muito pequena. Mais uma vez, a minha corrida só me levou àquele jardim vazio de primavera, não consegui chegar ao sítio mais perto que estava mesmo ao meu lado, sentado a dois palmos de ar pesado, no meio de uma conversa queixosa que virou gritos e choros impotentes.
Mas naquele momento, no banco ensopado, só conseguia acreditar que aquele dia não era eu, eu não era assim, não era aquele bicho selvagem que não consegue expressar o que sente, que deseja lutar e matar a presa só porque não falam a mesma língua ou estão em pontos diferentes da cadeia. Naquele momento, a vontade de desistir era como quem diz, porque já não havia nada para desistir, já não havia algo por que lutar, não havia o porque gosto de ti. O mundo tornou-se insano, não conseguia discernir o bem do mal, o exagero da realidade, o que dizia sentir do que me corria verdadeiramente no sangue. Mais uma vez, não consegui lidar com as minhas palavras, mal entendidas, e as que ouvia só me faziam rir, de raiva, de incredulidade, de não estou a ouvir isto. Nunca me tinha sentido tão desconectada de alguém. Nunca me tinha sentido tão impotente em relação às palavras.

Quero cores quentes, quero o sol a invadir-me a íris, a cegar-me de vida, de razão. Preciso de algo que naturalmente me aqueça a força de acreditar em mim e nas outras pessoas. Quero voltar a ser ingénua e inocente. Olhar para um jardim que de jardim nada tenha e não sentir memórias a atazanar-me os minutos que podiam ser de contemplação apenas. Tenho saudades de olhar para a beleza  das coisas e não pensar nem ver ninguém. Para além de mim.



VLC plays: Paramore - Ignorance

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Estúpida canção.

A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura...



Colei a música à minha realidade e apeteceu-me gritar com as paredes, sair a correr para algum sítio em que o meu vício se tornasse menos profuso, como se planta fosse e me tivessem enraivecido de seiva, agora abundante num chão pouco seguro. Medonho, desnivelado, ambíguo. Ir por um caminho que nem eu sei se existe, sem pausas para café, sem protecções laterais, sem semáforos ou rotundas. Só ir, sem nada, sem ninguém a estorvar, sem meter o bedelho nem deixar que narizes se aproximem. Vou porque sim, porque me apetece. Porque ME apetece. Porque agora sinto força e vejo o chão desnivelado, mas não quero saber, porque não vou pelo chão, vou a voar. As asas?!... Não interessam. Se interessassem, não as teria(s) cortado.



VLC plays: Ornatos Violeta - Ouvi dizer

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Procura-se estabilidade.

Hoje o dia reflectiu-nos. Manhã sol, tarde negra. Devia ter-me fiado mais nas previsões do homem da meteorologia, que nos deu sinal logo pela madrugada. O nosso sol é fictício, não esconde calor nem ajuda as plantinhas. É um sol diferente, só brilha quando lhe apetece e na maior parte dos dias consome mais energia do que aquela que oferece. É o típico solitário à noite, sempre à procura da sua lua encantada, que sabe não existir (pelo menos, para ele), mas não desiste. Eu também procurei o teu encanto, que sei que tens, mas também sabia (achava eu) que esse calor não me protegia da porra da insegurança. E se eu te disser que sim? Que protege? O que vai mudar? Estou a despejar perguntas para fora do tornado que me vai na cabeça e, até agora, não consigo perceber o que é que foi real. Não sei se sentimos tudo o que dissemos, mas houve muita coisa que não disse e sinto-o. Talvez não o tenha sabido demonstrar, não com esta vida dupla que tomámos e que nos levou ora ao céu, ora ao subterrâneo. O motivo por que escrevo... nem eu sei. Não sei se pretendo aproveitar apenas o sol que às vezes vem de lá fora ou se quero recuperar a força do nosso. Qualquer percurso é duro. Resta-me descobrir qual deles será pior. 

Não sei o que quero fazer.

O nosso sol é pequenino. Mas é um sol. E quer apagar-se.

(Já se apagou?)
VLC plays: Alicia Keys - Doesn't mean anything

domingo, 17 de janeiro de 2010

Domingo-dolce-fare-quasi-niente.

(Em conversa com a progenitora, acerca de uma colega de trabalho)

- Oh mãe, não lhe vais dizer isso... Ela vai achar que és uma tarada!
- Oh... Ela já acha!
*risota pegada*

Estimo bastante as saídas dela. Maluca.
Ainda há coisas que existem só para nos fazer sorrir para dentro. Mais importante do que rir mesmo, é aquecer o que às vezes está mais frescote. O peito. E coisas como ver o cabelo e o narizinho da minha sobrinha de 32 semanas gestacionais... É o melhor chocolate quente que se pode ter numa noite de Inverno :)

Outra coisa, as imagens do Haiti têm-me feito uma certa confusão... Eu que não sou muito de me chocar. Parece que aquilo está sério.
Achei piada ao donativo da Madonna - 250 mil dólares. Pá, está bem que eles não têm mais ou menos obrigação do que os comuns mortais... Mas... Até o Brad das pitas doou mais! Está a ficar um bocadinho sovina, a rainha da pop.

Parece que tenho mesmo de me aplicar. Eu não queria, mas vai ter de ser. Não sei por quê, mas algo me diz que por este andar... Vou dar consultas no Haiti :) Sem ofensa, piadinha negra. Não fui feita para estudar. Pior, não sei para o que é que fui feita. Nem sei se vou gostar de falar de comida a toda a hora... Anyway, por agora é para o que estou.

Por falar nisso... Vou ali trincar qualquer coisa.


VLC plays: The Script - Fall for Anything

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eu quero ver esse feeling, turururu.

E no momento seguinte estou a sorrir. E a rir do vento que lá fora chora de raiva por eu lhe ter fechado a janela. E a ouvir música toda yo, rasca rasquinha, e gostar. Pois é, a vida é mesmo assim. Até nos conseguimos surpreender de vez em quando. É esse o gostinho bom dos dias cinzentos, é saber que às vezes até temos compaixão pelo esforço que o S. Pedro faz para tentar, em vão, estragar-nos a vidinha com o agoiro da chuva e do frio. Às vezes, nem a pouca luz que entra pela janela de manhã nos escurece o bom humor. E hoje sabe bem ter (alguma) consciência isso. Que quando nos levantamos é para ver o sol. Mesmo que tenhamos que esperar uns dias por ele. Pelo menos sabemos o que esperar.

Esta música até que... coiso. Ando cá com uns gostinhos... Acordar cedo anda a fazer-me mal. Ou não :)
Da-se, tenho de estudar. E não me apetece muito. Ok, não me apetece, ponto. Se me apetecesse pouco até que nem era mau de todo. Aiiii.

O Cristiano Reinaldo até que... coiso. Não fosse a inteligência estar toda concentrada nos músculos... Coitadinho. Outro é o Filipe ídolo. Eh pá, abrir a boca só para cantar. Coitadinhos.  

Eu quero ver esse feeling, turururu.

 
VLC plays: D'zrt - Feeling (eu avisei...)   


Post Scriptum: Uma coisa que não percebi bem na letra da música foi... Tudo pára quando tu dizes que sim... Não era suposto parar quando a moça dissesse que não?! Não!? Menos? Ok, eu calo-me.