domingo, 25 de abril de 2010

Fucking sunday.

E quando se pensa que a chuva já parou de cair e que o vento ficou a dormir, voltamos o  queixo para baixo e molham-se os olhos de novo. Nós, sem força para os contrariar. Não mais. É aí que quebramos, é quando damos conta do que está realmente debaixo dos escombros que têm sido os dias. Ora morango amargo, ora chocolate calórico. Coisas que podiam ter um sabor diferente, mas que por aquilo que sabemos, por aquilo que sentimos, perde um pouco o brilho. Há sempre um mas, um e se, uma parede mais forte que se levanta entre nós e a paz. Espera-se que a porta se abra, uma qualquer, uma que dê para um sítio certo, que não seja preciso pôr a medo o pé no novo chão antes de avançar para ver se é seguro. E deixar a trouxa enterrada no passado.
Porque essa é a única coisa que cabe a mim fazer e nem isso consegui.

VLC plays: Os Azeitonas - Anda comigo ver os aviões

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Como eu gostava que alguém me dissesse isto.

The shadow of the day will embrace the world in grey
And the sun will set for you

E muitas coisas mais. Se eu mandasse, a cobardia virava pecado capital.

(Sometimes goodbye's the only way)


VLC plays: Linkin Park - Shadow of the day

terça-feira, 6 de abril de 2010

Hoje.

Um dia vou sorrir, rir desalmadamente, rir de mim e dos outros, rir de coisas parvas e sem nexo, rir só por rir... Rir para conter.
Um dia vou correr contra o vento só para provar que sou mais forte, vou correr sem parar nos sítios de sempre, vou correr e não olhar para trás. Correr e não saber para onde vou, mas saber para onde não vou.
Um dia vou dormir à janela, vou sonhar com o frio lá fora, vou sonhar com o frio dentro.
Um dia vou escrever memórias, apagar memórias, crescer.
Um dia vou colar papéis nas paredes do quarto para me lembrar de esquecer.

Hoje é esse o dia.


VLC plays: Smashing Pumpkins - Tonight tonight

sábado, 3 de abril de 2010

Autch!

O meu pai encontrou um isqueiro no banco do condutor do meu carro. Senti as bochechas como um pimento a ser queimado nas brasas numa tarde de Verão português com direito a incêndios em tudo o que é lado! Escaldou, e de que maneira! Espero que tenha acreditado quando disse que era de uma amiga qualquer, aquelas malucas, sempre a esquecerem-se de coisas no meu carro, ai que cabecinhas... Traduzido foi um SOCORRO! HAJA ALGUMA ARAGEM QUE ME REFRESQUE AS BOCHECHAS!! É certinho, mesmo que esteja a dizer a verdade, big tomato no seu melhor. Ele até que consegue ser inocentezinho às vezes. Ou então faz-se. Pois, acho que é isso. E também não deve ter dado importância ao facto de ser 1 de Abril. Era muita coincidência, nah, demasiada coincidência. Cof cof...


VLC plays: Muse Resistance

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Maldita a hora em que me lembrei da palavra "imbecil".

Às vezes quero escrever e sinto os dedos tolhidos. Sinto que quero extravasar o que estou a pensar naquele momento e leio o que já aqui escrevi desde o primeiro dia... e não, não fica bem. De que vou falar? Não há assunto. Será isto a minha vida agora? Nem sequer ter um assunto pelo qual valha a pena escrever?! Pfff. Imbecil. Estou bem, gosto do solinho pouquinho que tem espreitado nas nuvens, continuo a adiar trabalho que já devia estar feito (o costume)... Acho que estou com medo. Sim, é isso. E por isso é que vim aqui escrever. Se estivesse realmente feliz, é pá, não, não viria aqui, porque infelizmente preciso de angústia para sentir necessidade de escrever. Que pobreza, não saber escrever a felicidade. Pfff. Imbecil. Mas ter medo não é bem angústia, é mais... Imbecilidade. Sim, é isso. Não que eu seja imbecil ao ponto de admitir que fraco é quem tem medo. Não, até porque eu tenho medo do escuro e não me considero mais fraca por isso. Até é giro. Às vezes, vá. Imbecil por ter medo daquilo que já não me pode fazer mal. Imbecil porque tenho medo de sobrepor novamente a emoção à realidade. Penso demais e isso gasta-me energias positivas. Damn it. Imbecil porque estou neste momento a considerar-me imbecil por ter medo de um imbecil que nem merece o tempo em que o chamo de imbecil, quanto mais o tempo em que tenho medo. De olhar para trás e querer voltar à estaca zero. Pfff. Imbecis.

VLC plays: Massive Attack feat. Martina Topley Bird - Paradise Circus

quinta-feira, 1 de abril de 2010

11 graus de muito frio.

explode no teu coração um amor-perfeito, será doce o seu pólen na corola de um beijo, não tenhas medo, hão-de pedir-to quando chegar a primavera

M.R. Pedreira


Há muito tempo que não me sentia bem sozinha. De repente olho para o lado e já não vejo o telemóvel, onde é que ele anda?, nem parece coisa minha, deixar o bicho por sua conta. Esta coisa de estar à espera de alguém tem piada até quando se experimenta o outro lado, o não estar à espera. A princípio, estranha-se, é duro até, parece que já não tem piada cozinhar ou ver o pôr-do-sol, mas depois é como diz o outro, entranha-se. Há uma arrogância mesquinha, crescente, ainda que pequenina, modesta, mas é aquela força, nariz empinado talvez, de quem se está nas tintas nos momentos mais dados à (custa-me escrever esta coisa) solidão... mas qual solidão?!, é quando passamos um dia ou uma tarde apenas na nossa companhia e pensamos demais?! É isso?? Isso não é solidão, porque passadas poucas horas já estamos rodeados de família e amigos e cãezinhos e gatinhos e coisas que nos fazem sorrir, tipo um pôr-do-sol, ainda que timidamente, porque eu não sou de ferro e também tenho memórias que às vezes deviam morrer para nunca mais acordarem, mas não sou eu que mando. Ou até sou. Agora sou.

VLC plays: Muse - Supermassive Black Hole