segunda-feira, 20 de julho de 2009

E a saga repete-se.

Às vezes pergunto-me sobre o que poderás ter visto em mim. Complicada como eu sou, exigente, refilona, impaciente, com a mania da razão... Pois. Será porque somos iguais?

O que é que andamos a fazer? A brincar aos felizes encontros fugazes, às noites ilícitas, às promessas que não chegam a existir?! É como se tornasses o meu quarto num lugar desconhecido, a preto e branco como nos filmes antigos, sem brilho nas paredes, sem estrelas fluorescentes no tecto. Mas quando voltas, o cheiro familiar instala-se, a casa torna-se lar, as cores reflectem vida... E nada mais parece importar. Não interessa as calças no chão, a loiça por arrumar, a matéria não estudada. Não quando o meu mundo está concentrado nas tuas mãos, que parecem tardar em voltar, abertas para me ter, de vez!

Acho que o problema não é faltares tu. O problema é eu não poder dizer que estou aqui. Porque sei que vens. Mas também vais. E voltas a vir e a ir. Por isso não preciso de ti.
Na verdade, contigo já me habituei a estar sozinha.



"Tudo o que acontece uma vez poderá nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, certamente acontecerá uma terceira."
O Alquimista, Paulo Coelho