segunda-feira, 24 de maio de 2010

Meio metro de chocolate.

Como se os dados de repente tivessem virado berlindes e não parassem de rolar, arrasando com a lógica do jogo que até ali fazia sentido. Como se no último segundo tivesse perdido o comboio da viagem ao olhar de quem foi e não deixou mapa. Como se a sombra deste penoso corpo morresse no chão cheio de sol e brilho e alegria das outras almas, maravilhadas com os primeiros dias quentes e cheirosos de maresia. Como se as nuvens negras pertencessem só a este mundo de fantasia onde só está quem quer ser cego. Como se já tudo fosse longínquo, inalcançável, poderosamente esquecido, mas ao mesmo tempo tão presente, tão igual, tão vivo que se sente o roço na pele. Como se as palavras caladas na garganta virassem gritos no peito, incontroláveis de... sei lá. De qualquer coisa que sabe mal, que é amargo, corrosivo. Só para tentar contrariar o doce que ainda trazem à boca quando alguém lhes abre a porta.

O brilho no olhar, a cabeça despida de mundos e fundos, os porquês deixados na gaveta das meias. Ou então ir buscá-los e responder simplesmente... porque sim.

VLC plays: Papas da Língua - Vem pra cá

3 comentários:

Anónimo disse...

Queres um conselho?
Não compliques. Opta pelas coisas simples da vida. Aproveita-a. Vê o passado como algo que te fez o que és hoje e não o queiras fazer de futuro deixa-o ser o que ele simplesmente é - O Passado.

PH disse...

As tuas palavras complicam o que já é complicado e o chocolate faz mal... Mas sempre é melhor do que outras coisas! :)

Escaravelho Macaco disse...

E na volta, concordam comigo! Tu complicas demais rapariga. Menos!