M.R. Pedreira
Há muito tempo que não me sentia bem sozinha. De repente olho para o lado e já não vejo o telemóvel, onde é que ele anda?, nem parece coisa minha, deixar o bicho por sua conta. Esta coisa de estar à espera de alguém tem piada até quando se experimenta o outro lado, o não estar à espera. A princípio, estranha-se, é duro até, parece que já não tem piada cozinhar ou ver o pôr-do-sol, mas depois é como diz o outro, entranha-se. Há uma arrogância mesquinha, crescente, ainda que pequenina, modesta, mas é aquela força, nariz empinado talvez, de quem se está nas tintas nos momentos mais dados à (custa-me escrever esta coisa) solidão... mas qual solidão?!, é quando passamos um dia ou uma tarde apenas na nossa companhia e pensamos demais?! É isso?? Isso não é solidão, porque passadas poucas horas já estamos rodeados de família e amigos e cãezinhos e gatinhos e coisas que nos fazem sorrir, tipo um pôr-do-sol, ainda que timidamente, porque eu não sou de ferro e também tenho memórias que às vezes deviam morrer para nunca mais acordarem, mas não sou eu que mando. Ou até sou. Agora sou.
VLC plays: Muse - Supermassive Black Hole
1 comentário:
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